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REINHEITSGEBOT: Lei de Pureza Alemã

  • Foto do escritor: botecodasabras
    botecodasabras
  • 16 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

O gruit e o lúpulo coexistiram durante muitos séculos como alternativas aceitáveis na produção de cerveja. Neste meio tempo as cidades foram crescendo, assim como o volume de produção. As técnicas e processos produtivos também foram evoluindo e com isso veio a necessidade de maior padronização e controle por parte dos governantes. Após algumas tentativas anteriores de menor impacto, finalmente foi promulgada pelo Duque Wilhelm IV (Guilherme IV) da Baviera, em 23 de abril de 1516, a primeira lei de grande amplitude territorial regulamentando a produção de cerveja: a famosa Reinheitsgebot, ou Lei de Pureza Alemã.


A lei basicamente regulamentava que a cerveja somente poderia conter três ingredientes: malte (cevada), lúpulo e água. Naquela época não se sabia direto sobre a levedura, descoberta no século XIX por Louis Pasteur, e somente depois foi acrescida a possibilidade também do malte de trigo.


O lúpulo foi uma escolha natural em detrimento do gruit, pois além dos benefícios, a receita do gruit era segredo dos mosteiros, que detinham exclusividade em seu uso e comercialização. E, como acontece até hoje, a Igreja não pagava impostos. Portanto a escolha do lúpulo como “tempero oficial” da cerveja teve motivações econômicas acima de tudo. E esta escolha teve tremendo impacto na história da cerveja até hoje.


A Lei da Pureza Alemã, criada por Guilherme IV, não tinha como objetivo garantir os interesses dos consumidores e sim do seu próprio, já que isso ajudaria a regular os preços das cervejas, uma vez que os produtores teriam gastos semelhantes, já que não poderiam mais utilizar qualquer tipo de ingrediente. Além disso, o trigo e o centeio não eram grãos muito baratos naquela época. E isso também garantia com que eles fossem usados para a fabricação de pães para não deixar a população faminta. Outro motivo pelo qual a Lei da Pureza Alemã foi criada foi para evitar que a Igreja Católica continuasse comercializando a bebida, ainda mais porque antes da lei era produzida com a mistura de algumas ervas que causavam alucinações ou mesmo eram tóxicas para o organismo.


E HOJE?

Devido à regulamentação europeia, outros ingredientes são autorizados nas cervejas alemãs, mas a maioria dos cervejeiros alemães continua a seguir as prescrições do Reinheitsgebot, consideradas garantia de qualidade. Isto acontece principalmente nas marcas vendidas em território alemão.


COMO PRONUNCIAR REINHEITSGEBOT (LEI DA PRUREZA ALEMÃ)?

rÁin – HaiTssss – Gue – BoT = rAin HaiTssss Gue Bot ("t" mudo) = Reinheitsgebot


Documento – Lei da Pureza, de 1516:

“ Proclamamos com este decreto, por Autoridade de nossa Província, que no Ducado da Baviera, bem como no país, nas cidades e nos mercados, as seguintes regras se aplicam à venda da cerveja:


Do dia de São Miguel (29 de Setembro) ao dia de São Jorge (23 de abril), o preço para um Litro ou um Copo, não pode exceder o valor de Munique do pfennig.


Do dia de São Jorge (23 de Abril) ao dia de São Miguel (29 de setembro), o litro [nota: uma unidade equivalente ao atual litro] não será vendido por mais de dois pfennig do mesmo valor, e o copo não mais de três Heller (Heller geralmente é meio pfennig).


Se isto não for cumprido, a punição indicada abaixo será administrada.


Se todo cervejeiro tiver outra cerveja, que não a cerveja do verão, não deve vendê-la por mais de um pfennig por Litro.


Além disso, nós desejamos enfatizar que no futuro em todas as cidades, nos mercados e no país, os únicos ingredientes usados para fabricação da cerveja devem ser lúpulo, malte e água.


Qualquer um que negligenciar, desrespeitar ou transgredir estas determinações, será punido pelas autoridades da corte que confiscarão tais barris de cerveja, sem falha.


Se, entretanto, um comerciante no país, na cidade ou nos mercados comprar dois ou três barris da cerveja (que contém 60 litros) para revendê-los ao vendedor comum, apenas para este será permitido acrescentar mais um Heller por copo, do que o mencionado acima. Além disso, deverá acrescentar um imposto e aumentos subsequentes ao preço da cevada (considerando também que os tempos da colheita diferem, devido à localização das plantações).


Nós, o Ducado da Baviera, teremos o direito de fazer apreensões para o bem de todos os interessados.”


— Guilherme IV Duque da Baviera


Fonte: pt.wikipedia.org, www.beercast.com.br., www.mestre-cervejeiro.com

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